quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Não abandone o seu coração !



 É hora de aceitar, não sou mais a menina cuja maior dificuldade eram as contas matemáticas da escola . Hoje sou mulher, tão viva, tão cheia de medos , receios, impulsos. Mulher de tanto amor, poesia, paixão. Quando crescemos , somos obrigados a viver a vida real. Temos que tomar nossas próprias decisões , era tão fácil quando os pais decidiam por nós. Descobrimos que nem todos com quem convivemos são sinceros, verdadeiros.  E a brincadeira mais parecida com a realidade é a do "carrinho de bate-bate" .


 Crescer dói, perdemos nossas seguranças para aprendermos a criar uma própria dentro de nós. Lembra quando vivíamos falando que "gente grande " só complica tudo. Realmente. A primeira coisa que aprendemos é que nem tudo é como a gente quer. É uma grande decepção para um "coração recém-crescido" .Infelizmente, não tivemos nenhuma matéria na escola nos preparando para tudo o que iríamos viver. Mas talvez , o maior segredo da vida seja isso, o inesperado. Porque assim "quebramos muito a cara", sofremos, mas não há outra forma de amadurecer e aprender a viver, se adaptar. 


Nos últimos anos tenho vivido numa gangorra de felicidades e tristezas, talvez a vida seja assim mesmo. Mas todas as lágrimas me prepararam e me ensinaram uma coisa, a melhor dádiva do ser humano é a capacidade de mudar, de transformar . Aprendi que sempre que algo ficar ruim, posso mudar, mesmo que demore, mas muda., tudo sempre muda. Nada é eterno . Só o que fica são memórias engaioladas no peito que você pode até esconder, mas ainda continua ali.  


Ultimamente, tenho descoberto que a reciprocidade do amor , pra algumas pessoas, simplesmente não basta. Às vezes, elas complicam tudo pelo simples medo de amar, medo de ser feliz e acabam sendo tão contraditórias. E qual a consequência? Corações massacrados por pura ignorância, orgulho! Feridas que não se cicatrizam nunca, mais uma memória para se "engaiolar". E o que se pode fazer ? Seguir em frente , fingir que nada aconteceu  ou simplesmente ir à luta, por uma guerra que não é nada fácil.


Cada um sabe o que quer da vida, o que nos faz feliz. Essa é a principal coisa , é o que vai nos levar às nossas escolhas e ao nosso futuro. Desde criança já sabíamos disso quando queríamos ser atrizes, palhaços, bailarinas, bombeiros, veterinários. A diferença é que quando criança , usávamos mais o nosso coração em nossas escolhas, e ao crescermos nos tornamos mais racionais. 


Estou a "trancos e barrancos", quebrando a cara, me adaptando a uma vida mais real, complexa. Mas mesmo assim, aprendi uma coisa essencial : não abandono meu coração em hipótese alguma! Se aquela criança que eu fui aos 6 anos me visse fazendo isso com certeza me daria um belo chute no traseiro e me daria uma bronca com toda a sinceridade e coração. rs 


Ser racional demais nos faz perder as coisas pequenas da vida, o banho de chuva , o nascer e o pôr-do-sol,  o céu estrelado; as pessoas que amamos e a Fé. É preciso ser um pouco criança , ter aquele mesmo olhar e o mesmo sorriso sincero de uma criança pronta pra brincar. Pense no quanto as crianças são felizes com as coisas mais pequenas, o quanto elas tem tanto amor por dentro e sempre algo inusitado e especial pra dizer . O quanto elas são humanas ! Elas não abandonam o coração, mal sabem o que é racionalidade e se soubessem , não compreenderiam .Talvez por isso, sempre admirei e muito amei as crianças. Fico literalmente boba perto delas, como em um transe hipnótico, é magico, simples e essencial.


Pra quem está entrando agora nessa vida "tresloucada" real, não esqueçam, não deixem a criança perdida no seu passado, guarde um pouco por dentro e carregue por sua vida toda. É preciso não abandonar a infância por inteiro.  É preciso não abandonar o coração!




Loren Rodrigues 07/12/10


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