quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Viva, humana, real ...


E hoje eu acordei desvairada, buscando intensidade. É disso que eu preciso. Na minha vida, só vale o que é verdadeiro, o que faz sentido e completa aqui dentro. Cansei de idéias mais ou menos, de hipóteses e ilusões. Quero o que me faz feliz, o que me realiza ! Pra que viver conforme as normas da sociedade, vivendo em um completo automatismo ? Quero ser viva, humana, real... aproveitar das coisas simples , pôr-do-sol, amanhecer, luar, banho de chuva, me aventurar, viver um dia de cada vez ... adrenalina . Ah, como eu desejo colocar uma mochila nas costas, no mundo há tantos caminhos para se percorrer e assim eu teria tantas histórias pra contar ! Queria sair sem Destino, deixar a brisa carregar meu coração para todos os cantos do mundo, conhecer lugares, pessoas, sonhos, vidas, paixões. Sei que pra maioria das pessoas, isso soa apenas bobagem, mas que se dane! É o meu sonho, pra mim é essencial. Se eu fosse me importar com o que as pessoas pensam  sobre mim, eu nem acordaria mais. Me chamam de louca, eu sei, mas quem garante que os outros é que são os normais?

Loren Rodrigues 16/09/10

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Intensidade


Tão breve, tão bom . Se em 24 horas, vive uma borboleta, o que não sobreviveria em 7 dias?

Tanto se diz sobre o tempo, mas dele quero nem saber. Pois o que vale é o que se sente, a intensidade de cada segundo, de cada bater do peito. E a resposta que a alma entrega ao mundo. Um sorriso que há muito não nascia e um sentido que há muito não existia.

E tudo o que se vive, arquiva. Cola no peito, eternamente.

Mesmo que a dor tenha trespassado o meu coração e tenha arrancado o meu sorriso da face. Não se arranca o que acontece, o que se sente.

E a única coisa que pretendo ressaltar sobre o tempo é que , um pequeno instante de luz vivido, é capaz de iluminar uma vida inteira de escuridão.

Loren Rodrigues , 27/08/10

Insegurança


De todas as conclusões que se pode tomar a respeito de quem sou, a que mais importa é : todas as regras são válidas, até o dia em que eu me apaixono.

É um desenfrear de pensamentos, batimentos. E a mulher segura de tudo,  vê no espelho uma garota que sobrevive de ilusões e sorrisos.

E o pior é que tudo acontece, quando menos se espera. E confesso também, que  a minha teimosia tem ajudado. Quando o Destino "dá uma mãozinha", tenta me afastar dos riscos, teimosa que sou, vou. Acontece.

Magia. Aconteceu.


Loren Rodrigues, 23/08/10

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Faróis


Aquele dia , era como um corredor da morte. Eu sentia que meu coração ia explodir a qualquer instante. Eu não tinha controle de nada do que viria adiante. Tudo o que eu conhecia e me fazia feliz, sumira com a brisa daquela manhã. Eu estava sem chão, sentia que minhas expectativas eram as piores, minha alma se fechou aquele dia para qualquer felicidade. Nada mais fazia sentido. Era o início de uma das fases mais dolorosas da minha vida.
O céu daquela manhã tão cinza se comunicava tanto com o meu coração petrificado.
Mas foi naquele dia tão improvável que eu vi você . Sentado , com um olhar tão perdido quanto o meu . O olhar que penetrava a minha alma, que chegava doer. Eram como faróis procurando um navio perdido no oceano. Era um mistério intrigante.
E  a sua desorientação era como a minha.
Ambos querendo ser fortes , mas por dentro a ausência de rumos extravasava. O mundo parecia tão grande , tão cheio de caminhos, mas só um , inevitável , era o permitido. E a falta de liberdade, de escolha adoece os nossos instintos ...
Aquele dia, eu te vi. Tão só.
Assim como eu me sentia. E desde então, fez-se o elo.

Loren Rodrigues

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O adeus da esperança


O que fazer quando dói?
A esperança quase nunca morre, mas quando isso acontece, é como perder um pouco de si mesmo.
É se desligar um pouco do mundo e da sua identidade. E isso dói.
 O rosto que te afronta no espelho é cruel, te expõe a realidade, e colocar os pés no chão é pisar em pregos.
Cada segundo do seu dia é triste e tudo aquilo que te mostrava confiança se converteu em temor. 
Sem rumos, sem expectativa. É hora de recomeçar. Mas como, se dói? 
Tem uma espada perfurando meu peito como sorrisos desaparecendo. E as memórias viraram pó.
As recordações se perderam no deserto do meu coração. 
O que fazer quando tudo desaparece, o seu caminho, o seu Destino, a sua razão?
A vida se esvaziou, como um ralo aberto que em segundos faz tudo desvanecer.
E tudo que um dia fez sentido, era ilusão.
 Como um brisa fria, numa tarde de sol flamejante.
Como uma Lua Cheia cintilante em uma noite nublada. 



Só um sonho e nada mais. Acordei. E doeu.

Loren Rodrigues

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Quando o frio acalenta


E eu vivo assim, acorrentada. Presa entre mil razões que me levam àquela época, aqueles dias tão frios. Mas é só pensar, que meu coração se aquece. Pensar em dias que poderiam acontecer. Utopia. Seria um erro assim tão grande, sonhar? Ou seria apenas mais uma normalidade da minha essência, da minha condição  humana? Sou errante, mas que graça teria sempre acertar , se está nos erros o meu limiar, a minha origem?
Eu busco pensar no amanhecer heróico que viria no fim, após os suplícios noturnos. O frio traz a vazão daqueles dias tão sãos, as memórias , as lágrimas, o olhar. Eu anseio pensar no sorriso que sucederia tudo que fez a minha alma cair em tortuosidade.  A recordação vem para acalentar, para preencher. 
As correntes que me prendem, me fazem feliz. É como um prisioneiro que se apaixona pelo carcereiro.
É aquela brisa fria que passa leve no rosto e acalma o coração. E logo após, nos embriaga de felicidade e nostalgia. É uma névoa que surge oculta. Sutil disfarce. Mesmo assim, eu conheço a verdadeira face. O nome dela é saudade.

Loren Rodrigues

terça-feira, 18 de maio de 2010

Serendipity


Eu abri os meus olhos e vi. E em seguida ouvi o som da sua voz. Estava tudo na minha cabeça, eu sabia, mas não importava. De alguma forma você conversava comigo e me falava sobre sonhos e futuro . Mesmo depois de todos esses anos, a distância foi só uma desculpa torpe. A distância só está na cabeça de quem a crê . E eu digo, nunca acreditei.
Não digo que ainda amo, porque penso que amor deve ser construído e não houve tempo para isso. Mas há uma conexão, algo até incompreensível, como se o mundo só fizesse sentido para o encontro e reencontro. É quase cósmico, uma busca. Uma certeza oculta na aparente incerteza.
Quando o mundo me leva a outros caminhos, o Destino me põe de volta no seu caminho. Quando me dizem para esquecer, eu lembro. Se me recriminam? Ah, sim ! E quanto ! Só eu enxergo o que me espera sem nem mesmo ter olhos videntes. Ninguém mais vai compreender. Ninguém mais vai acreditar. Mas eu vou. Ah, eu vou ! É minha essência que instrumenta essa busca insana sem nem mesmo mover um passo.
Eu vejo um bosque imenso onde todos veem concreto. Eu vejo vida onde veem morte. Eu vejo início onde veem fim. Eu vejo um Destino que interliga milhares de caminhos como estrelas que se chocam.
É tão engraçado como tudo que fiz sem nem mesmo buscar, encaminhou-se para a busca. É o Destino me fazendo seguir os teus passos. Os passos deixados na neve por nós em outras vidas .
Quando o instante nos fizer reencontrar, eu vou dizer "Nunca esqueci", como quem canta uma canção . Pra muitos , essas palavras são só dizeres sem nexo. Mas para mim, são o sentido de toda a existência da minha alma.
Eu acredito, eu vou lembrar.


Loh 18/05/2010



"Questions of science, science and progress
Don't speak as loud as my heart
And tell me you love me, Come back and haunt me
Oh when I rush to the start"
Coldplay


... continua ... ;)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Viva la vida !



As coisas da vida, a gente supera, mas não esquece. Pois nada na vida é tão insignificante a tal ponto ! Cada passo dela possui valor inestimável. Ao parar e pensar nos nossos dias, veremos tantos sinais do que foi, do que é e do que será. Mas nada jamais será pouco, será pequeno. Viver é intenso. Respirar é um dom.

A vida é como um armário cheio de compartimentos, cada um possui um segundo em que se respirou, chorou, sorriu, amou, gritou... Tudo que se vive é arquivado, nada é deixado para trás. As tristezas são absorvidas por nossa existência e convertidas em aprendizado.

Não há dias que não valem a pena, não há instantes dispensáveis. A vida vale a pena, a vida inteira, sem esquecer dos momentos em que estamos de olhos fechados sonhando com o vivido e o não vivido.

A nossa existência é como uma bebida saborosa demais para não ser consumida até a última gota . Aproveite cada segundo, pois os instantes são extraordinários demais. Você vai se lembrar disso amanhã , vai se lembrar daqui a 100 ou 1000 anos, esteja onde estiver.

Pois nada cai no esquecimento. As coisas se eternizam na memória, no coração, na alma.






"Tudo vale à pena se a alma não é pequena!"
Fernando Pessoa


Loren Rodrigues ;)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O ônibus


Essa noite eu tive um sonho, estava em um ônibus. A janela estava aberta e ventava forte e gelado . A alta velocidade fazia as árvores, os prédios passarem tão rápido por mim que fiquei tonta, mas quanto mais tonta ficava, mais pensava .

De repente, as árvores, os prédios se tornaram pessoas. Espantoso. Cada um daqueles rostos carregavam um brilho estranho no olhar que me arrepiou dos pés à cabeça e me deu uma pontada no coração.

A velocidade não parava de aumentar e cada vez mais as pessoas iam... iam... iam...todos para trás, tudo para trás, como em um passe de mágica, isso deveria me afligir, mas eu entendia, só não compreendi o porquê de entender .

Foi uma decisão . Uma mudança total, no fundo eu sabia que aquele ônibus só me levava a qualquer lugar no futuro que eu escolhi . Cada vida nova que se escolhe , deixa coisas, pessoas e histórias para trás. É uma consequência . É o preço que se paga por mudar de rumo .

E chega um dia que percebemos que esse pagamento ocorre com grande frequência no decorrer da nossa vida.


Loren Rodrigues ;)