quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Hoje é o último dia !


Fatos me mostraram que cada dia da minha vida é o último. Sempre será tarde para fazer tudo que quiser fazer.Mas mesmo assim,faça.Ninguém sabe quantas tempestades deixariam de acontecer caso fizesse.


Seja sempre o teu primeiro sonho de infância. Pois ele veio assim que seu coração nasceu.

É o teu último amanhecer, teu último pôr-do-sol,teu último abraço, tua última lágrima. Tua última música a ouvir. São tuas últimas palavras, teu último beijo, sorriso, suspiro. Tua última respiração, batimento, passo, sabor, aroma. É sempre teu último instante, porque viver tudo isso de forma tão amena? Viva como um fogo que arde no peito e que logo logo se apagará. Queime com a chama da vida tudo o que tocar.Seja o Sol do seu último dia.

Se não existe amanhã, por que estamos constantemente falando dele? Porque existe esperança.E ela é sempre a última a dizer adeus. Mas o hoje, ele também diz adeus. Mas se não existe amanhã, o que há depois do hoje? Não sabemos.Eis o grande problema. Mistério.


Depois de hoje, nada se sabe, tudo se sonha. Melhor sonhar hoje, realizar hoje. Porque assim eu posso ser feliz hoje, sem precisar pensar no depois do hoje .

;)

Cada um que esteve comigo, em cada instante deste hoje, eu amo.

Melhor dizer logo, é meu último dia.

É o seu também.Deixo aqui o recado.

Loren Rodrigues


quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Lágrimas do céu


Há algum tempo atrás eu descobri a chuva. E me apaixonei. Eram rios cristalinos caindo do céu, lágrimas do nosso universo.Venho decifrando cada pingo que cai no asfalto ou na face da criança que brinca no jardim. Seria uma lágrima infantil?

As crianças sentem, a chuva expressa. Cada som que a chuva faz, canção nas matas , faz o verde germinar.

Lembro-me do meu primeiro banho de chuva, a voz materna a me reprovar, mas lá em cima naquele céu nublado, haviam cores a surgir, fez-se então o arco-íris. E logo a voz ficava cada vez mais baixa.Extasiada fiquei.

O som da chuva, as cores. Reflexo da felicidade no meu olhar infantil.

Mas como tudo na vida, cresci, anos e anos fugindo da chuva, é conveniente. Todos dizem que não é legal se encharcar. Mal sabem o que perdem.

Em uma tarde de novembro, da janela eu estava a olhar, a imaginar.Quando comecei a ouvir uma música envolvente.Eram tons suaves.Um aroma de terra molhada nasceu.

De repente, fez-se a fome. Fome de vida, de nascer de novo. Fome de intensidade.Corri para a fora e me deliciei nas lágrimas do céu.

Me senti viva.


A chuva é uma forma de se interpretar a vida.

Fugaz, deliciosa.


Loren Rodrigues