sábado, 28 de junho de 2014

Lar



Eu simplesmente não consigo evitar...essa sensação de vazio. De não pertencer a este lugar. É como se eu estivesse em uma eterna espera para o dia em que eu vou adentrar o meu lugar. O dia em que eu vou me sentir em casa. Pisar os pés no chão e sentir conforto e paz. Ser parte de um todo. Construir um legado.

Mas, eu tenho tanto medo de nunca conseguir chegar, estagnar, aqui ou no meio do caminho. Não é que eu não seja feliz, mas eu realmente não me sinto completa. Uma parte de mim está distante, me aguardando no lugar em que um dia, espero, chamarei de lar.

A cada dia que passa, sou tomada por uma ansiedade, um nervosismo no mais recôndito do meu ser. Acredito que a melhor comparação é quando se viaja durante a infância, sem ter noção do tempo e distância, e só se vê estrada e mais estrada, e o destino, parece nunca chegar.

Não sei qual o meu maior temor, se é ficar perdida no meio da estrada ou simplesmente nunca chegar e ser perpetuada pela sensação de não pertencer a lugar nenhum.




28/06/2014
Loren Rodrigues


sábado, 15 de março de 2014

Náufrago



Já faz tempo que não escrevo, não sei se é o vazio da mente ou de emoção. Mas, existem dias únicos com momentos inesperados que se refletem como espelhos, mostrando quem se é e onde se deve estar. É como acordar de um sonho profundo que não faz sentido e você de repente passa a pensar o quanto se está perdido, que nem imagina como foi que as coisas tomaram tal proporção e se tornaram tão diferentes do que foi sonhado.

Eu sempre escrevo sobre a sensação de se sentir perdido e é tão engraçado que nem sequer é algo que nos deixa triste, na verdade, é realmente a ausência do “sentir”. Nada nos deixa mais vazio e perdido do que o “não sentir”. É como estar em um pequeno barco no meio do oceano e ver os remos caindo e mergulhando na imensidão das águas. Neste exato momento, deixamos de lado algo essencial: as rédeas da nossa própria vida, pois, assim deixamos de fazer escolhas e consequentemente, de sonhar. De fato, deixamos a maré nos levar e simplesmente esperamos que os ventos nos encaminhem a algo digno ou que ao mesmo nos faça sorrir.

E uma coisa eu realmente digo, isso é muito mais fácil. Mais fácil do que ser destroçado pelas consequências de suas próprias escolhas. Comandar a vida exige responsabilidade. É não poder abdicar do “sentir” e aprender a viver e apreciar os frutos de cada decisão.

Compreendemos com o tempo que a vida sempre vai ter estes dois caminhos, o mais fácil e o mais difícil. Mas, sinceramente, eu ainda tenho esperança em um terceiro.


Loren Rodrigues

12/03/14